Design é tudo!
Eu adoro design. Sempre gostei. Ultimamente, depois que fiz um curso à distância sobre design de criação de artefatos, passei a apreciar ainda mais a capacidade revolucionária do design na vida moderna.
Quando pensamos em design, normalmente, imaginamos um produto com aparência diferenciada, moderno ou esteticamente mais atraente. Mas em realidade o design permeia a concepção de todo e qualquer produto e, pasmem, de serviços também. Com a possibilidade de oferecer produtos e serviços com cada vez mais recursos, o consumidor também passou a se tornar cada vez mais exigente. Isso faz do design uma ferramenta imprescindível no mundo empresarial moderno e que significa, cada vez mais, a diferença entre o fracasso e o sucesso de uma marca.
Meu foco neste momento recai sobre os aspectos de design que muitas vezes nem percebemos como tais, mas que fazem a diferença "da água para o vinho" no uso de um produto. São muitas vezes responsáveis pelo que se convencionou chamar "wow factor" em inglês: aquele recurso do produto que conquista o consumidor pela originalidade, inventividade e diferença, mesmo que nem esteja atrelado à função original que o produto desempenha. Mais ainda, me interessam aqueles recursos que provocam o "wow" sem nenhum apelo à tecnologia - são resultantes da criatividade e engenhosidade, da rejeição à idéia do "a gente sempre fez assim…".
Alguns dos meus "wows" preferidos:
1 - Em primeiro lugar, meu all-time favorite, a tampa abre-fácil, criação legitimamente brasileira (eu não acreditei quando cheguei nos EUA, terra da praticidade, e não encontrei isso por lá). Se você nasceu até os anos 70, terá passado, como eu, alguns anos forçando tampas de lata com cabo de colher, dando batidinhas com o cabo da faca, ou chateando o homem mais corpulento do ambiente para abrir a tampa para você. (E o risco de a geléia de mocotó se espalhar toda pela mesa?) Tudo isso se acabou num passe de mágica quando a tampa Abre-Fácil foi desenvolvida. É um troço tão simples que chega até a ser besta. Um lacrezinho flexível de polipropileno veda um buraquinho na tampa. Quando você o retira, o ar penetra e pop…! A tampa pode ser aberta até por uma criança! A detentora da patente que, se não me engano, está registrada também nos EUA, é a empresa Rojek.
2 - Aplicando o mesmo raciocínio na vida das mães e pais, não posso deixar de me maravilhar com o Velotrol com Guia. Gente, como é que ninguém pensou nisso antes??? Ficar empurrando abaixado, o raio do Velotrol, por cinco minutos, parar exausto só para ouvir "Mais, mamãe!", parecia um rito de provação pelo qual todo progenitor estava condenado a passar. Até que um sujeito coloca uma haste atrás do brinquedo e, eis que, subitamente, todos os seus problemas "se acabaram-se!" Nem mesmo as Organizações Tabajara foram capazes de pensar em algo tão simples e tão eficaz!
3 - Com o passar do tempo e a multiplicação de serviços e produtos dispostos a atender a todas as necessidades e caprichos da alma humana, admito, fica cada vez mais e mais difícil atingir este status do wow factor. Minha mais nova descoberta é a tomada retrátil. Quando estávamos morando nos EUA, país onde os dispositivos de proteção na casa para crianças são uma verdadeira obsessão - o famoso childproofing, obrigatório a partir do momento em que seu bebê completa 5 ou 6 meses - eu era revoltada com os protetores de tomada que eu encontrava para comprar. Umas coisinhas feiosas de colocar na parede e que, além de tudo, não cabiam em todas as tomadas, alguns tinham que ser cortados, outros ficavam frouxos… uma chatice sem fim. E pensava, por que será que ninguém pensou ainda em fazer uma tomada de parede que tenha uma cobertura ou tampa, e que possa ser exposta somente na hora de usar. E não é que acabaram pensando??? A Legrand tem um modelo elegante, discreto e super conveniente de tomada que você aperta e a parte do encaixe da tomada é ejetada para fora.
No Brasil, existem uns modelos bem interessantes. Com um conceito um pouco diferenciado do americano, a marca disponibilizada no país é fabricada na Alemanha. A idéia é embutir uma espécie de "pente" com várias saídas na mesma tomada que fica oculta sob a parede ou bancada, equacionando duas dificuldades ao mesmo tempo. O problema aparece no quesito preço: enquanto o modelo dos EUA é vendido a cerca de 45 dólares por lá, o alemão não sai por menos de 350 reais aqui...
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