Crianças + Livros: atividades de leitura até os seis meses
A leitura envolve vários aspectos do desenvolvimento da criança: percepção visual, auditiva, coordenação motora. Claro que os estímulos variam de acordo com a situação, se é leitura silenciosa ou se alguém está lendo para a criança, se o livro possui muitas imagens ou se é um livro-brinquedo, com texturas e figuras pop-up. Minha idéia nesta série de posts é fazer uma abordagem de aspectos importantes do desenvolvimento infantil por faixa etária e relacionar produtos e atividades que sejam mais interessantes e compatíveis com cada fase. Vamos lá!
Bebês recém-nascidos são capazes de fixar a visão em objetos que estejam no máximo a 20-25 cm de distância. O sentido da visão é o menos desenvolvido dos bebês ao nascer. Eles preferem imagens com contrastes fortes e bem definidos, de preferência em preto e branco, porque a habilidade de distinguir cores é rudimentar. Nessa idade, é mais agradável e divertido olhar para imagens com esse tipo de formas e padrões porque elas prendem a atenção e o olho do bebê; assim, ele vai "aprendendo" a seguir os contornos das formas, o que ajuda a desenvolver a acuidade visual.
Entre dois e três meses de idade, os bebês passam a se concentrar no desenho da face humana e nas expressões, como movimentos da boca e dos olhos. Aos quatro, começam a desenvolver a percepção de profundidade, aprendendo a fazer distinção entre objetos que estão mais perto ou mais longe e mudar o foco da visão conforme o caso. Por volta dos cinco meses, o bebê já é capaz de perceber e se interessar por uma riqueza maior de detalhes.
O quadro que você vê à esquerda era um dos maiores divertimentos de Sissi quando ela tinha 5 meses! Como ele ficava pendurado ao lado da cozinha na minha casa antiga, eu podia deixá-la no carrinho e fazer a comida tranquilamente, porque ela passava quase meia hora admirando e sorrindo para as listras e pontinhos...
A audição, por sua vez, já está bastante desenvolvida quando o bebê nasce. Não apenas ele escuta bem, mas é capaz de localizar a origem do som que escuta. Já com relação à coordenação motora, o divisor de águas é o momento em que o bebê passa a conseguir ficar sentado com apoio e depois, sentar sozinho, o que em geral acontece por volta do sexto mês.
De zero a três meses
Juntando tudo isso, dá pra tirar algumas conclusões. Primeiro, nos três primeiros meses de vida não faz muito sentido pensar em livros próprios para um bebê. Veja bem, não estou defendendo que você não leia histórias para seu filho. É que, nesta idade, ele poderá se beneficiar de qualquer leitura que você dedique a ele, o importante será ouvir o som e a modulação da sua voz e a entonação das palavras, não precisa ser um livro exatamente. Meu marido nas primeiras semanas, lia o Diário Oficial para Sissi. Mas não durou muito... acho que ele se entediou antes dela.
Para estimulação visual, o ideal é usar imagens com contrastes em preto-e-branco, deixando a mais ou menos uns 20 cm de distância do bebê. Pode ser livro, pequenos cartazes ou mobiles, desde que estejam na distância adequada, senão a imagem não entra no "foco" do pequeno!
Formas e padrões geométricos chamam a atenção e desenvolvem a acuidade visual dos bebês de 0-3 meses |
De três a seis meses
A partir dos três meses, o bebê já vai se interessar por formas um pouco mais complexas, como desenhos figurativos, rostos, animais, objetos. A percepção de cores está mais aguçada também, entãz sentido usar alguns padrões mais coloridos, com cores que chamem atenção, como vermelho, amarelo. Sobretudo, o bebê já pode sentar apoiado e está começando a desenvolver a capacidade de pegar objetos e levá-los à boca. Nesta fase, livros de pano e de plástico são ótimos porque proporcionam estimulação táctil também.
Produtos disponíveis
Lá Fora - fora do Brasil você consegue comprar uma infinidade de artigos com esse foco de "alto contraste" para bebês pequenos. Aqui, eu separei alguns:
2 - Art Cards for Baby - Cartões em papelão rígido com desenhos de animais. Podem virar belos quadrinhos para o quarto do bebê, depois que ele crescer um pouco mais!
3 - Móbile - A mesma idéia dos cartões, só que suspensos em cima do berço. Eu não sou tão fã dessa idéia, porque acho que estimula o bebê a ficar de barriga para cima muito tempo, o que não é ideal e geralmente os móbiles ficam muito distantes para a criança conseguir focar o olhar. Mas fica a dica de todo jeito.
No Brasil - o único item que eu consegui encontrar à venda no Brasil foi a série "Meu Primeiro Livinho em Preto e Branco", da Editora Usborne.
Eles são mais adequados para crianças maiores, porque já tem palavras junto com as imagens e incorporam mais cores. De toda forma, são bem interessantes. Se alguém souber de algum outro produto disponível no Brasil nessa mesma linha, me conte!
Para fazer em casa - esta é a minha opção favorita... Adoro um faça-você-mesmo! Clicando nas figuras a seguir, você baixa PDFs com coleções de formas geométricas, de formas mais complexas e de objetos, que você pode usar para fazer seu próprio livrinho ou cartões para o bebê em casa, de acordo com a idade. Basta uma impressora com capacidade de imprimir em papel um pouco mais espesso que o usual, para durar mais. E mandar plastificar ou cobrir com papel contact transparente. A partir daí você cria móbiles, cartões, o que quiser! Depois me conta como ficou...
Em tempo: no site da empresa americana Brillkids, você pode baixar arquivos de graça com outras variedades de formas e com algumas cores. É só se cadastrar.
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