Crianças + Livros: atividades de leitura de 6 a 12 meses
Terceiro post da série de atividades de estímulo à leitura para crianças.
Um semestre inteiro passou e você nem percebeu! Aquele bebezinho indefeso e todo molinho, num piscar de olhos, virou uma espoleta...
Mobilidade que também significa mãos e braços mais ágeis... para pegar tudo o que estiver ao alcance e, claro, levar à boca!
A partir dos seis meses, os bebês desenvolvem uma percepção seletiva dos sons da língua materna e das nuances e entonações de tudo que se fala ao seu redor. Não apenas isso, mas o pequeno começará a reconhecer e, até mesmo, reagir a palavras usuais e cotidianas, tais como bola, chupeta, cachorro... O bebê poderá, por exemplo, direcionar intencionalmente o olhar para a chupeta se você mencionar a palavra "chupeta" perto dele.
As relações de causa e efeito começam a ficar mais claras no cerebrozinho do seu herdeiro e isso explica também porque ele precisa jogar a colher no chão 523 vezes durante o almoço -- ele está só testando as relações de causa e efeito que é capaz de provocar...
Olhando por esse ângulo nem fica tão irritante, não é mesmo?
E justamente por causa dessas duas novas habilidades - reconhecimento de palavras e compreensão de causa e efeito -- é que a aprendizagem contextual dá um salto impressionante. O que é essa aprendizagem contextual? O bebê começa a inferir do contexto o significado das palavras e entender cada vez mais do mundo à sua volta. Portanto, explore ao máximo as oportunidades de utilizar a mesma palavra em contextos diferentes, estabeleça relações. Se você nota que um cachorro chamou a atenção do seu filho na rua, e vocês têm um cachorro em casa, você pode dizer algo do tipo: "Olha, filho, que cachorro bonito! Ele é branco, está vendo? O nosso cachorro, o Teteco, é preto, de outra cor, não é mesmo?". Nesse exemplo, ao mesmo tempo em que você explora um conceito (cachorro), você estabelece o vínculo com algo familiar e, de quebra, aproveita para estimular outra conceito (cor). Assim você vai estabelecendo uma rede de conexões e ajudando seu filho a ordenar o mundo que ele está começando a descobrir.
Opa, mas antes de passar para as dicas de leitura ainda tem mais uma habilidade muito interessante que eu quero comentar: atenção compartilhada. Entre os seis e os doze meses, a criança adquire a capacidade de interagir com o adulto em função de um terceiro elemento. Permite, por exemplo, o bebê olhar ou apontar para algum objeto que deseje pegar e, em seguida, olhar para a mãe, como forma de solicitar ajuda, ou ainda, brincar com a mãe por intermédio do objeto. Essa triangulação é importantíssima, porque é aí que de verdade começam as possibilidades de compartilhar os prazeres da leitura...
Cada página mostra um bebê diferente, com expressão facial que indica surpresa, sono, alegria, choro. É impressionante como estes livros são capazes de deixar um bebê hipnotizado por vários minutos! A série Look Baby! inclui ainda um livro de bebês com objetos coloridos e também outro de bebês comendo frutas e outros alimentos. Existe uma versão brasileira do mesmo tipo de livro, editada pela Nobel.
Aproveitando as recém-adquiridas habilidades de atenção compartilhada do seu bebê e o fato de que ele provavelmente já poderá se sentar sozinho, agora é a época perfeita para começar a jornada de vocês na leitura a dois. Como a atenção do bebê ocorre em lapsos muito curtos, os especialistas recomendam breves "sessões de leitura", começando com 3 minutos e, se possível, várias vezes ao dia. Devagarinho, conforme a resposta de criança, você pode ir aumentando a duração. Legal também é pedir ao bebê que te "ajude" a virar as páginas - um estímulo e diversão adicionais, que garantem mais alguns segundos de concentração.
Aproveite as fotos dos bebês para apontar e nomear objetos e itens familiares: partes do corpo, roupas, objetos. E porque você terá que ler o mesmo livro quatrocentas e setenta e oito mil vezes, você pode ir pensando em uma estratégia para variar a leitura. Primeiro, aponte os objetos, depois você passa a nomear os objetos e suas cores, em seguida pode estabelecer comparações com os objetos que seu filho tem dentro de casa. Na capa acima, por exemplo, você poderia apontar que o bebê está usando meias azuis e seu filho, meias brancas... E por aí vai.
A idéia é começar com fotos do ambiente familiar da criança, para maximizar a aprendizagem contextual. Na hora de escolher um livrinho para seu filho, pense nisso. Que sentido fará para ele mostrar uma foto ou desenho de foguete, ou de um trator? É muito mais estimulante para a mentezinha dele ver ilustrações de objetos que façam parte e tenham relação com seu dia-a-dia.
Outras opções de livros, um pouco mais adiante, podem atender ao desejo de exploração táctil dos bebês nesta fase. Na foto acima, que eu tirei de alguns livros da Sissi, um dos livros tem texturas dos pelos dos animais e o outro, que fez o maior sucesso aqui em casa, incorpora um dedoche que você manipula enquanto lê a história. Uma gracinha!
E vale a pena levar em consideração também o material de que é feito o livro:
E, por último, meu momento faça-você-mesmo: que tal montar um livro de carinhas para deleite do seu leitor mirim? Em um post anterior, dei a dica de como fazer cartões plastificados com fotos de familiares para parentes que moram longe. Essa mesma técnica pode ser usada para fazer o livro de carinhas: você pode aproveitar a infinidade de fotos fofas que existem pela internet (afinal, para consumo individual e sem fins comerciais, você não estará infringindo nenhuma lei de direitos autorais!) ou, talvez melhor ainda, você pode pegar fotos de filhos de amigos, parentes, ou várias fotos do seu pimpolho para montar um livrinho totalmente personalizado.
Um semestre inteiro passou e você nem percebeu! Aquele bebezinho indefeso e todo molinho, num piscar de olhos, virou uma espoleta...
De seis a doze meses
Nos próximos seis meses, novas habilidades vão transformar ainda mais o comportamento do seu filhote. Começando pela visão, o bebê atinge um ponto em que é capaz de reconhecer cores de forma mais nítida, e a percepção tridimensional vai se aprimorando muito, sobretudo porque a capacidade de estimar distâncias e reconhecer imagens em três dimensões é fundamental para se locomover. E não por acaso é nesta fase que os bebês conquistam a mobilidade!Mobilidade que também significa mãos e braços mais ágeis... para pegar tudo o que estiver ao alcance e, claro, levar à boca!
A partir dos seis meses, os bebês desenvolvem uma percepção seletiva dos sons da língua materna e das nuances e entonações de tudo que se fala ao seu redor. Não apenas isso, mas o pequeno começará a reconhecer e, até mesmo, reagir a palavras usuais e cotidianas, tais como bola, chupeta, cachorro... O bebê poderá, por exemplo, direcionar intencionalmente o olhar para a chupeta se você mencionar a palavra "chupeta" perto dele.
As relações de causa e efeito começam a ficar mais claras no cerebrozinho do seu herdeiro e isso explica também porque ele precisa jogar a colher no chão 523 vezes durante o almoço -- ele está só testando as relações de causa e efeito que é capaz de provocar...
Olhando por esse ângulo nem fica tão irritante, não é mesmo?
E justamente por causa dessas duas novas habilidades - reconhecimento de palavras e compreensão de causa e efeito -- é que a aprendizagem contextual dá um salto impressionante. O que é essa aprendizagem contextual? O bebê começa a inferir do contexto o significado das palavras e entender cada vez mais do mundo à sua volta. Portanto, explore ao máximo as oportunidades de utilizar a mesma palavra em contextos diferentes, estabeleça relações. Se você nota que um cachorro chamou a atenção do seu filho na rua, e vocês têm um cachorro em casa, você pode dizer algo do tipo: "Olha, filho, que cachorro bonito! Ele é branco, está vendo? O nosso cachorro, o Teteco, é preto, de outra cor, não é mesmo?". Nesse exemplo, ao mesmo tempo em que você explora um conceito (cachorro), você estabelece o vínculo com algo familiar e, de quebra, aproveita para estimular outra conceito (cor). Assim você vai estabelecendo uma rede de conexões e ajudando seu filho a ordenar o mundo que ele está começando a descobrir.
Opa, mas antes de passar para as dicas de leitura ainda tem mais uma habilidade muito interessante que eu quero comentar: atenção compartilhada. Entre os seis e os doze meses, a criança adquire a capacidade de interagir com o adulto em função de um terceiro elemento. Permite, por exemplo, o bebê olhar ou apontar para algum objeto que deseje pegar e, em seguida, olhar para a mãe, como forma de solicitar ajuda, ou ainda, brincar com a mãe por intermédio do objeto. Essa triangulação é importantíssima, porque é aí que de verdade começam as possibilidades de compartilhar os prazeres da leitura...
Atividades e materiais disponíveis
Com a visão mais desenvolvida, está na hora de introduzir ilustrações e fotografias simples na biblioteca do bebê: livros com rostos de pessoas, animais ou objetos familiares. Uma grande pedida são os livros do tipo "baby face" que mostram fotos do rostos de bebês de bem perto, com várias expressões.Cada página mostra um bebê diferente, com expressão facial que indica surpresa, sono, alegria, choro. É impressionante como estes livros são capazes de deixar um bebê hipnotizado por vários minutos! A série Look Baby! inclui ainda um livro de bebês com objetos coloridos e também outro de bebês comendo frutas e outros alimentos. Existe uma versão brasileira do mesmo tipo de livro, editada pela Nobel.
Aproveitando as recém-adquiridas habilidades de atenção compartilhada do seu bebê e o fato de que ele provavelmente já poderá se sentar sozinho, agora é a época perfeita para começar a jornada de vocês na leitura a dois. Como a atenção do bebê ocorre em lapsos muito curtos, os especialistas recomendam breves "sessões de leitura", começando com 3 minutos e, se possível, várias vezes ao dia. Devagarinho, conforme a resposta de criança, você pode ir aumentando a duração. Legal também é pedir ao bebê que te "ajude" a virar as páginas - um estímulo e diversão adicionais, que garantem mais alguns segundos de concentração.
Aproveite as fotos dos bebês para apontar e nomear objetos e itens familiares: partes do corpo, roupas, objetos. E porque você terá que ler o mesmo livro quatrocentas e setenta e oito mil vezes, você pode ir pensando em uma estratégia para variar a leitura. Primeiro, aponte os objetos, depois você passa a nomear os objetos e suas cores, em seguida pode estabelecer comparações com os objetos que seu filho tem dentro de casa. Na capa acima, por exemplo, você poderia apontar que o bebê está usando meias azuis e seu filho, meias brancas... E por aí vai.
A idéia é começar com fotos do ambiente familiar da criança, para maximizar a aprendizagem contextual. Na hora de escolher um livrinho para seu filho, pense nisso. Que sentido fará para ele mostrar uma foto ou desenho de foguete, ou de um trator? É muito mais estimulante para a mentezinha dele ver ilustrações de objetos que façam parte e tenham relação com seu dia-a-dia.
Outras opções de livros, um pouco mais adiante, podem atender ao desejo de exploração táctil dos bebês nesta fase. Na foto acima, que eu tirei de alguns livros da Sissi, um dos livros tem texturas dos pelos dos animais e o outro, que fez o maior sucesso aqui em casa, incorpora um dedoche que você manipula enquanto lê a história. Uma gracinha!
E vale a pena levar em consideração também o material de que é feito o livro:
- você com certeza vai preferir livros com encadernação durável e páginas rígidas, de cantos arredondados - as páginas em cartão rígido permitem, ainda, que você apoie o livro "em pé" no berço ou em cima da mesa;
- livros de pano, que podem ser lavados e oferecem a possibilidade de serem manipulados mais facilmente que os de papel;
- livros de plástico ou vinil, adoráveis na hora do banho!
São tantas emoções! |
Eu não cheguei a fazer um livrinho com este tipo de fotos para a Sissi na época em que ela tinha essa idade, mas agora que tive a idéia, fiquei morrendo de vontade de montar um!
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